domingo, 29 de maio de 2016

Whiskies

Não é cachimbo nem tabaco, mas sabemos que muitos confrades são adeptos da chamada "harmonização", que eu não faço com cachimbos (apenas com charutos). Assim sendo, resolvi postar aqui.

Eu nunca fui grande fã de whiskies, quando não os compreendia. Para mim, a antiga "água da vida" era apenas uma bebida forte sem maiores atrativos. No entanto, há uns dois anos, comecei a me interessar, experimentar mais e compreender os whiskies, e hoje é o que mais bebo (em termos alcoólicos). Atualmente me vejo como um "iniciado" ou seja, alguém que sabe o que diz, mas ainda sabe pouco. Entretanto, já tenho algo a partilhar com iniciantes. Jamais ousaria tentar escrever nenhum tratado e nem dar opiniões profundas sobre o assunto, mas aqui vou escrever sobre 4 tipos de whisky que eu acho fundamentais num bar e os meus favoritos dentro de cada categoria.

Antes de mais nada, vamos falar sobre preço e valor, que são coisas distintas e que se deve entender para evitar ostentação tola e desperdício de dinheiro. Como tudo que eu compro, sempre me mantenho a faixa que eu chamo de "sábia" ou seja: aquela faixa de produtos que não é boa e barata (isso não existe) mas sim boa e acessível. Nada daquelas marcas de milionário que aparecem em catálogos chiques, mas sim, coisa de boa qualidade, que cabe no bolso da classe média e que pode ser encontrada com facilidade. Isto posto, vamos então às categorias e meus favoritos.


SCOTCH: vindo da Escócia (onde 5 diferentes regiões produzem diferentes estilos) é o tipo mais clássico, complexo, caro e talvez o melhor de todos. Pode ser um "blend" (mistura de várias "safras" - simplesmente falando) ou um "single malt" (que seria o contrário e considerado superior, além de ser mais caro). Não é bebida para qualquer momento ou pessoa, mas sim, um néctar precioso e sagrado, para ser muito bem degustado, em quantidade apropriada, com calma e respeito, de preferência numa noite calma e prazerosa. É muito encorpado, mas artisticamente balanceado, com muitos aromas a serem notados e explorados. É o auge da arte. Por isso, é sacrilégio colocar "montanhas" de gelo (como tanta gente faz) e misturá-lo é pecado mortal. Melhor jeito de beber: apenas adicionando um colherinha de água, para "libertar a fada", ou seja, fazer com que todos os sabores e aromas  se "desprendam" e possam ser degustados. Minha opção: Glenlivet single malt 12 anos. É o mais vendido do mundo na categoria, e eu realmente o acho o melhor dentro dessa faixa de mercado "sábia". O concorrente direto seria o Glenfidich, que eu considero mais pesado.

BOURBON: o verdadeiro, do Kentucky, é o whisky americano que eu considero do "dia-a-dia" e que, para mim, oferece a maior relação custo-benefício. São whiskies encorpados, com aroma mais adocicado, ricos, saborosos, feitos com pelo menos 51% de milho e envelhecidos em barris de carvalho novos e queimados por dentro (requisitos para ser um "Bourbon"). São encorpados, mas são mais casuais, menos fortes e complexos do que Scotch, e também mais baratos. O meu favorito é o Wild Turkey 81, uma versão relativamente recente, que não é a mais popular, mas que eu considero a "média" da categoria, tanto em termos de sabor quanto teor alcoólico e corpo. Uma outra que eu gosto muito e mais conhecida é o Jim Beam Black, mais encorpada e mais envelhecida - um primor. Eu bebo Bourbon do mesmo jeito que bebo Scotch (só que em maior volume e mais frequentemente, claro) ou me permito colocar apenas um pouquinho de gelo.

TENNESSEE: muita gente acho que é Bourbon, mas não é. Ambos vêm da mesma região dos EUA mas vêm de estados diferentes, e há uma grande diferença no produto final: embora os requisitos de ambos sejam os mesmos, o Tennessee é filtrado em carvão de maple, o que faz dele um whisky com mesmo teor alcoólico porém mais leve, com muito menos sabor e corpo. O mais famoso, obviamente, é o Jack Daniels, e é o que eu bebo. Sendo mais simples, leve e informal, ele exige bem menos "etiqueta". Eu coloco bastante gelo nele, porque não estou perdendo quase sabor nenhum fazendo isso. É o meu whisky de dias quentes. Muita gente gosta de misturá-lo com Coca-Cola (o famoso Jack & Coke), mas eu não faço isso. Bebo puro, com bastante gelo.

CANADIAN: não é dos melhores e nem necessário ou desejável para se degustar puro. É um tanto rude, simples e forte. Ou seja, não é atraente. Mas tem um uso muito importante: para ser misturado, em coquetéis. Por exemplo, o "Old Fashioned", e muitos outros coquetéis de whisky, que não são conhecidos no Brasil mas são em outros países. No caso, eu compro o Canadian Club 100% Rye (centeio) que é tipicamente canadense, muito embora isso não seja requisito. Whisky canadense não é bem visto e muitos o chamam de "vodka amarela", e eu entendo o porquê. Mas, para coquetéis, ele tem bastante personalidade.

Para terminar, uma menção relevante: IRISH. O whisky irlandês é conhecido por ser mais leve e 3 vezes destilado (requisito), criando assim uma bebida mais fácil de beber, boa para iniciantes. Eu às vezes compro mas não tenho no momento (por isso está faltando na foto). Não o considero fundamental porque, em termos de whisky leve e "fácil de beber" eu já tenho o Tennesse whisky, que considero mais saboroso. Entretato, acho relevante mencionar, porque é bastante popular. A marca mais famosa e a que eu compro é o Jameson. Cheers!!!

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